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José Geraldo Fonseca Filho, Advogado
José Geraldo Fonseca Filho
Comentário · há 8 anos
Que atire a primeira pedra, aquele que não toma umas de vez em quando.

Estamos vivendo numa época que lembra a ditadura, quando havia restrição de certos direitos, mediante promulgação (outorga) de leis que ofendiam nosso direito de locomoção, nossa honra, imagem, vida privada, intimidade, etc.

Precisamos, novamente de um Caetano Veloso que diga "é proibido proibir", caso contrário, com o bom trabalho realizado pelos políticos e mídia para agravar a "ignorância" popular, com seus "funks", "sertanejos universitários" e noticiários policiais que espalham o terror, daqui a pouco irão promulgar a "lei do toque de recolher".

Todos comentam o aspecto técnico ou hermenêutico das últimas leis promulgadas (
lei seca, da palmada, maus tratos aos animais, antifumo, etc.), mas estão deixando um detalhe passar despercebido, a ingerência do poder público nas nossas vidas.

Aqueles que detêm conhecimento, possuem a obrigação não de fazer exegeses, mas de criticar o que está errado, inconstitucional, no processo legislativo atual.

Será que o bafômetro é um instrumento metafísico ou vidente que tem o poder de dizer que alguém está embriagado ou que simplesmente há certa quantidade de álcool no organismo de alguém? E pra que a utilização desse aparelho, se há outros testes que podem ser feitos, como apontar o dedo para a ponta do nariz ou andar numa linha reta criada pelas autoridades de fiscalização do trânsito? Ingerência do Estado por preguiça de procedimentos mais simples.

É certo que, para certas pessoas, duas garrafas de cerveja não alteram seu estado de consciência, e para outras, traz a perda dessa consciência, no entanto, o que fazem aquelas pessoas sentadas em mesas de dezenas de lanchonetes localizadas em uma determinada praça ou avenida, ao mesmo tempo em que ouvem músicas que vêm das portas abertas de seus automóveis? Devem estar tomando leite ou refrigerante, até ficarem eufóricas, lá pelas 2 horas da manhã.

O Brasil é um país historicamente corrupto e com um dos povos mais desavisados do mundo, mas querem, formalmente, transformá-lo numa rotina que só se vê na Europa ou em alguns países do Oriente. E, nas Olimpíadas, a polícia tira os mendigos das ruas, colocam servidores públicos para pintarem meios-fios e as câmeras darão "closes" em pessoas saudáveis e bonitas nos estádios...
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José Geraldo Fonseca Filho, Advogado
José Geraldo Fonseca Filho
Comentário · há 9 anos
Não é um mero exame de ordem que irá aferir o conhecimento jurídico de alguém, há bons e maus profissionais em toda categoria, e comparar um exame de ordem com um concurso público é ridículo, pois neste há uma concorrência entre candidatos para um determinado número de vagas num cargo público, enquanto no outro, há ofensa ao vestibular, às faculdades de direito e ao MEC. Essa é a opinião imparcial de quem passou a vida prestando concursos públicos e sendo aprovado dentro do número de vagas para cargos públicos diversos, mas que, por enquanto, por motivos pessoais, não está interessado na nobre profissão de advogado.

Os médicos não precisam de tal exame, eles aprendem quase que "na marra" seu ofício, lidando com situações práticas ensinadas por um colega mais experiente em sua "residência", mas há, a despeito disso, excelentes médicos, como há, também, péssimos advogados que conseguiram sua carteirinha após alguns meses de "decoreba" num cursinho preparatório para aprovação do exame da OAB ou que, como um servente de pedreiro, aprendeu "na marra", também, a prática de determinado ramo do direito, principalmente no campo processual. Estão aí, como exemplo, os famosos "advogados de porta de cadeia".

Sabemos que vivemos num país de corruptos em que há mancomunagem entre a mídia e alguma pessoa influente, seja ela física ou jurídica, que "fabrica" dados estatísticos em suas pesquisas de opinião, como e.g., na época de eleições.

Publicar qualquer matéria, tendo por tema algo que foi aprovado mediante pesquisa popular é pura simulação que induz o ignorante ou preguiçoso a seguir a maioria, um exemplo foram as "imparciais" notícias veiculadas pela Globo, Veja e Folha de São Paulo contra condutas ilícitas de políticos do PT que fizeram com que o povo ficasse em dúvida entre ir a uma passeata ou a um show do Michel Teló.

Não duvido que, pagando a qualquer revista especializada ou instituto de pesquisa fabricadora de índices fictícios, com uma dose de estímulo positivo e manipulação, uma pesquisa de opinião nesse país de banguelas e analfabetos fanáticos por BBBs diria que 80% da população seria favorável ao retorno do Adolf Hitler ao poder, para substituir Dilma Rousseff na presidência do nosso país.
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José Geraldo Fonseca Filho, Advogado
José Geraldo Fonseca Filho
Comentário · há 9 anos
As críticas mais perigosas são as que têm por tema os dogmas, pois normalmente dão ensejo a reações populares negativas e revoltosas. Antes do advento do Racionalismo, do Humanismo, do laicismo e principalmente do Iluminismo, o poder, dividido entre governo e Igreja, já ditavam o que seria certo ou errado, santo ou pecador, íntegro ou imoral, etc., baseando-se em escrituras antigas que interpretavam fenômenos físicos como ações divinas.

Se encararmos a evolução do ser humano, veremos que ela é semelhante ao crescimento de qualquer indivíduo, ele surge, torna-se criança, adolescente e adulto. Um adulto sabe o que vem a ser concepção e nascimento de um bebê, a criança já imagina uma cegonha e o adolescente está na fase de passagem do conto de fada para a realidade. Temos como marco inicial da evolução do conhecimento e das interpretações dos fenômenos naturais a civilização grega (a adolescente), mas temos como uma recaída mental, a idade média (o doente mental).
Lidar com dogmas que sabemos ser incompletos ou infundados é nos tornarmos éticos e mudarmos a moral seja no espaço ou no tempo. Como exemplo, cita-se que era uma verdade incontestável que os negros (ou até mesmo a mulher) eram "servum nullum caput", que não possuíam inteligência, razão, eram como animais. No entanto, alguns poucos éticos mudaram tal rotina, e hoje os seres morais veem que todos somos iguais perante a Deus e a lei.

Por outro lado, há um sem número de santos (São Isso, Santo Aquilo), de mártires, de clubes de futebol e de estrelas de cinema que se tornaram heróis imaculados por uma estratégia de marketing do poder público e da Igreja, mesmo que alguns intelectuais saibam que são pessoas com defeitos, com maldade, com fragilidades, etc.

Se toda pessoa fosse boa por natureza, o que podemos chamar, por adaptação semântica, de utopia, não haveria o Estado, a Igreja, nem o Direito (Não haveria reis, presidentes, padres e pastores; advogados, delegados, promotores e juízes). Por isso, para disciplinar tais crianças peraltas chamadas "povo", foram criadas todas essas entidades que, estimulando a fé nos cegos, permitiram que a sociedade pudesse ter um certo controle.

Creio que Jesus foi um homem com trajes e aparência iguais aos dos seus contemporâneos, como os cabeludos argentinos ou os barbudos do Oriente Médio. Talvez tenha sido homossexual, o que era uma opção comum naqueles tempos, ou tenha se casado com Maria Madalena, não sei...

Se ele voltasse hoje, chegaria num fusca e estaria usando uma roupa comprada na feira, um sapato surrado, os cabelos curtos. No entanto, ele viveria num mundo em que os meios de comunicação são desenvolvidos e que estão além dos muros da paróquia, num mundo em que muitos dogmas têm caído, e que brechas da Bíblia têm vindo por água abaixo, como a expressão estratégica do "bem-aventurados os que não viram e creram!”, duvido que alguém faça uma árvore nascer e crescer em 1 minuto no meio do asfalto.

Se Jesus mantivesse seu caráter e sua ideologia, ele seria uma boa pessoa, um revolucionário persuasivo, um ser ético, que está, no que tange à sua orientação sexual, e.g., acima de uma moral preconceituosa que já está desmoronando. Ele simplesmente pregaria o Amor, e o Amor não tem sexo, não tem cor, não tem nível social, não é meio para procriação.

Jesus, gay ou não (isso, hoje, não importa), se amaria e pregaria o Amor ao próximo como a si mesmo, de forma ampla e irrestrita.

Jesus, caso começasse a ficar famoso e influente, sofreria pressão do Estado, da Igreja e da mídia. Seria condenado à morte ou à pena privativa de liberdade ou, no mínimo, cairia no ostracismo. Ele não faria a terra tremer, o tribunal desmoronar ou ressuscitaria um colega de cela já executado.

Num futuro próximo, novamente, ele seria apenas um símbolo usado na manipulação do controle de disciplina popular, como a velha gargantilha com uma cruz no pescoço de um pedófilo, traficante ou estuprador.
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